Em discussão por fóruns aí afora, noto a constante rotulação de nós, heterodoxxxos, como pequeno-burgueses, revolucionários de boutique. Bom, repito, não somos revolucionários, não no sentido ortodoqço da palavra.
Não criarei nenhum partido que se diga de esquerda [no fundo, todo partido é de direita] e que manipule as massas para algum lado que elas não saibam exatamente se querem ou não ir.
Não criarei nenhuma igreja onde eu pregue os meus sermões e ameace as pessoas que não seguirem os meus desígnios o sofrimento eterno [isso porque meus deus amaria seus filhos!]. Na verdade, mal posso acreditar que existam pessoas que ainda hoje caiam nessa ladainha [moço, para na Era da Informação, por favor?].
Não criarei uma ONG [oh naïfe god] que, depois de muito pelejar num assistencialismo inócuo [combater a seca no nordeste!? o único assistencialismo possível é reforço em geografia!] acabe se filiando a um programa de governo que vai nos inchar, nos fazendo depender de suas verbas para depois, de uma patada só, cráss! [E ainda pagaremos de ativistas! ah, mãe, deu tudo errado, mas deu tudo certo!]
O problema não é o capitalismo, o problema é não se saber NO capitalismo, e também em qualquer outra circunstância, ou seja: o problema é a ignorância.
No Brasil (assim como em vários outros países) há certas características muy tristes: temos uma mentalidade de colonizados sem metrópole, patriarcalista, clientelista, somos hedonistas, particularistas e imediatistas, sado-masoquistas (mas sem qualquer prazer), não afeitos à comunidades, violentamente (e violadamente) cordiais, tristemente felizes (com música: somos baianos. sem música: somos paulistas), somos vendidos e corruptores em potencial, pagadores automáticos & compulsivos de impostos e... gamers!
Gamers, sim, pois jogamos um divertido jogo de selecionar, de 2 em 2 anos, toscos personagens num videogame; tais personagens jogam em diferentes níveis (Federal, Estadual e municipal; Executivo e legislativo e... o judiciário não vem habilitado nessa "democracia"...). Pagamos taxas absurdas para vê-los jogar. Nos dizem que vamos ganhar muitos prêmios, mas na verdade, acho que o fabricante ganha muito mais quando nos "concede" algum prêmio. Mas pelo menos ganhamos algum Status: Cidadãos de bem.
Já vivemos numa sociedade de ilusões. A começar pelo dinheiro. Outra ilusão, as religiões que dizem que nos salvarão (mas ninguém vai nos salvar delas?). Mais uma, a suposta educação universal que supostamente nos coloca na mesma posição inicial (para competirmos todos juntos!). Outra, empregos de enxerto (um milhão de empregos a preço de banana
Utopia por utopia? Prefiro a minha: não quero pensar que eu tenha que guiar o povo por partidos, por igrejas, por ongs e etc. Se o povo não quiser ir, que fique. O problema é que não tiraram a venda dos olhos do verdadeiro Leviatã. A Ignorância é o inimigo. Cada Rei Reinando seu Reino.
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