sábado, 31 de julho de 2010

Vegetarianismo sim, pero no me rompa las pelotas

estamos aí de novo.

sobre minha posição vegetariana: ouçam, não sou vegetariano apenas pelos animais, ou pela saúde, etc. a minha questão tem a ver com a necessidade.

é, uma das coisas que essa merda de sociedade trouxe foi a variedade de alimentos. uma grande variedade, infelizmente inacessível para a maioria. A qualidade destes alimentos também é duvidável a julgar pela distância e de sua produção massiva. Teríamos de ter uma ótima organização e logística para manter essa variedade em condições de acesso para a maior parte da população. E como isso demanda ação de muitos ibus, desconfio de sua aplicabilidade... salvo pelo lucro. =/

Uma parte dos ibus desse bolo'bolo enorme, a nossa imensa nave mãe, pode contar com uma alimentação vegetariana de qualidade. é realmente uma grande parte, principalmente as que vivem em cidades com mais de 50.000 habitantes já podem contar com uma ampla gama de vegetais - mas insistem em acreditar que a carne é necessária em suas vidas. [mera preguiça de pensar, ou de agir? ou os dois?]


necessidade de matar esses animais?

Não tenham dúvidas, na hora da fome, e se um dia eu vier a passar fome, como já passei um dia há tempos, não exitarei em comer um animal - e serei EU quem o matarei, nada de delegar essa sórdida tarefa a outro [por mais que muitos sintam um sádico prazer nisto...]. Mas enquanto eu puder mantê-lo afastado de meu prato, por quê diabos não fazê-lo? Qual a necessidade de levar dor e sofrimento a um animal quando não há necessidade?

Isso me lembra uma coisa: diz-se que é um absurdo propor uma alimentação vegetariana aos pobres do mundo. replico: é a alimentação mais barata e mais nutritiva (com relação a preço/porção) que a que privilegia a carne. A carne pode ser considerada um componente optativo da alimentação, já um ser humano que apenas tente viver comendo apenas carne terá sérias complicações (e porquê não dizer: se o faz só de sacanagem, merece morrer logo, também).

 Voltando à problemática sócio-econômica, consideremos que a maior parte das pesquisas realizadas na qualificação da alimentação das classes C e D em países em desenvolvimento ou desenvolvidos (e não nas NoGoZones, esquecidas pelo Caracinza) traz à tona o pior dos mundos: alta concentração de carboidratos e baixa concentração de fibras e vitaminas naturais (e não aquelas feitas em laboratório e que provavelmente não serão absorvidas da melhor forma - a natural). Em miúdos (urgh!): os pobres consomem alimentos industrializados de baixa qualidade por preço relativamente altos. Converta-se 100 dólares de alimentação de uma família sub-urbana de 4 pessoas em compras exclusivamente vegetarianas e teremos uma alimentação altamente satisfatória - sem carne.


outro detalhe: as feiras de bairro. economia solidária. o dinheiro circula dentro da própria comunidade, horticultores locais levam frutas e verduras fresquinhas para suas bancas, e a comunidade mesmo conhece o produtor, conhece a hortinha, etc... credibilidade para o produtor, saúde para o consumidor. Nestas mesmas feiras ocorre também a venda de carnes, mas a quantidade é muito reduzida, pelo menos nas feiras que eu conheço.

para os balançadores-horizontais-de-cabeças, exercício rápido: quanto custa o quilo da alcatra, e quanto custa em média o quilo dos vegetais mais usuais na cozinha brasileira (cenoura, batata, tomate, abobrinha, inhame, mandioca, etc). pense, guri, pense!

Detalhe transversal (momento de tensão): não sou xiita. Consuma sua peça de picanha (aliás, que é sua agora, por que antes era de um animal), sua linguicinha (a mais limpa das carnes, altamente digestória), etc. mas consuma com moderação [ahhh, já ouço o grito de pavor dos defensores dos animais!!]. Atente: se mesmo a FDA é capaz de admitir (mesmo com suas fantasmagóricas ligações com as indústrias da morte da carne estadunidenses) que a três porções de carne de 125g por semana são suficientes (esses dados estão certos? responda se puder há há há) para uma dieta regular, o que você está fazendo deglutindo um boi inteiro no final de semana, bifinho-linguicinha-salsicha-asinha-coxinha-presunto-mortadela durante a semana toda? há, decerto, um certo exagero; falta de educação é abrir a boca enquanto come, mas os olhos tudo bem.

Portanto & resumindo: não estou propondo que te tornes vegetariano, pelo amor aos animais, por ser contra o mc'dolar etc, mas simplesmente pela desnecessariedade deste consumo. Se não puderes, ao menos diminua, sua saúde também vai agradecer.


lembre-se de fazer a diferença onde puderes. Não interessa o que o outros estão fazendo, mas aquilo que tu podes fazer. Propaganda pela ação, pela atitude. Pergunte-se "se faz mal para mim, e para os animais, se condiciona seres humanos ao exercício tenebroso do assassínio doloroso por dinheiro, se não é necessário para minha alimentação, por que estou comendo?". cada dúvida é uma porta, só não podes deixá-las fechadas.

p.s.: caso tu me digas "consumo carne sim, não me importo com os animais, nem com desnecessariedade, nem com a remota possibilidade de isso afetar minha saúde, nem com a questão da ética sobre o assassínio, etc, e foda-se" então seus argumentos se tornam automaticamente imbatíveis (questão de fé), e você nunca estará errado. Quando seu cachorro morrer, faça um guisado dele. Aliás, porque não podemos ser canibais? nota-se o desperdício de comida que a morte humana provoca? - deveríamos ao menos enterrar os mortos sem caixões [seria uma ótima terra para uma horta, ao menos servíriamos para alguma coisa depois de nossas vidas inúteis]. Se é para comer carne, vamos comer direito! carne humana não é venenosa, e se não é saborosa é por quê erraram no tempero, bolas! [até hamburguer biônico dizem que é saboroso!]

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